A LÍNGUA PORTUGUESA
O PORTUGUÊS é a língua que os portugueses, os brasileiros, muitos africanos e alguns asiáticos aprendem no berço, reconhecem como património nacional e utilizam como instrumento de comunicação, quer dentro da sua comunidade, quer no relacionamento com as outras comunidades falantes de português.Esta língua não dispõe de um território contínuo (mas de vastos territórios separados, em vários continentes) e não é privativa de uma comunidade (mas é sentida como sua, por igual, em comunidades distanciadas). Por isso, apresenta grande diversidade interna, consoante as regiões e os grupos que a usam. Mas, também por isso, é uma das principais línguas internacionais do mundo.É possível ter percepções diferentes quanto à unidade ou diversidade internas do português, conforme a perspectiva do observador.Quem se concentrar na língua dos escritores e da escola, colherá uma sensação de unidade.Quem comparar a língua falada de duas regiões (dialectos) ou grupos sociais (sociolectos) não escapará a uma sensação de diversidade, até mesmo de divisão.
Porque se fala português em tanto mundo?
A língua portuguesa foi transportada para os territórios colonizados durante a expansão extra-europeia, sendo um dos principais instrumentos desse processo.Quando a expansão começou no início do séc. XV, a língua acabava de sair de uma outra fase de expansão territorial, que a transportara até ao Algarve desde o seu berço: as terras galegas e nortenhas.O português é uma língua nascida no norte e que cresceu para sul. Tal como aconteceu com o castelhano e com o francês, começou por ser um conjunto de dialectos provinciais (galaico-portugueses), passou a língua de uma nação e depois a veículo de um império.
As origens do romance galaico-português
Depois das invasões germânicas (que no séc. V chegaram à Península Ibérica), a Europa fragmentou-se politicamente, sendo o ano de 476 o marco que assinala a queda do Império Romano do Ocidente. A diferenciação do latim vulgar, que já era uma realidade linguística na época da unidade política, acentua-se cada vez mais. Pensa-se que por volta do ano 600 o latim vulgar não fosse falado em nenhuma região do Império. Por essa época falar-se-iam novas línguas na Gália, na Ibéria, na Récia, na Itália, na Dalmácia e na Dácia: eram os romances. Um romance é uma língua medieval resultante da evolução do latim numa antiga província do Império Romano.A autonomização de um romance galego-português a partir do séc. VII na antiga província Gallaecia et Asturica (Galiza, norte de Portugal, ocidente de Astúrias) é denunciada por dois fenómenos de mudança fonética que afectam o seu léxico.
Este segundo fenómeno terá ocorrido durante a permanência árabe, logo no seu início. Ele aparece pela primeira vez atestado no séc. IX e no séc. X.Quando se iniciou a Reconquista cristã, promovida no ocidente peninsular pela monarquia asturiana a partir do séc. IX, já se falaria no canto noroeste da Península Ibérica o romance galego-português.
O português europeu
Não se sabe exactamente em que medida o português europeu terá sido influenciado, na sua evolução, pelo fenómeno da expansão ultramarina (para além dos vocabulários exóticos acolheu um número considerável de arabismos, por contactos no Oriente e no norte de África). Prossegue o movimento de regularização das estruturas gramaticais que vinha do português medieval, a língua da corte (entenda-se: de Lisboa) é apresentada pelos gramáticos como padrão linguístico, a língua de grandes escritores (Camões, p. ex.) adquire uma projecção exemplar, o léxico enriquece-se com importações do latim e do grego, vindas directamente ou através do castelhano.No plano oral, os dialectos desenham um mapa muito semelhante ao moderno: dialectos mais diferenciados e conservadores a norte das Beiras, mais nivelados no sul do país e nos arquipélagos da Madeira e dos Açores. Enquanto no norte se mantém o sistema das quatro sibilantes, prevalece no sul (e na pronúncia padrão) o sistema simplificado de duas sibilantes predorsais; esta oposição é reforçada por algumas diferenças de comportamento a nível do vocalismo.O som do português europeu não sofreu, depois disto, alterações significativas, para lá de uma tendência, que talvez não seja tão moderna como parece, para articular fracamente as vogais átonas, o que tem efeitos sobre a estrutura das sílabas e o remate dos vocábulos.
http://cvc.instituto-camoes.pt/hlp/gramhist/index.html
Português no Mundo
Actualmente, o português é língua oficial de oito países (Portugal, Brasil, Angola, Moçambique, Guiné-Bissau, Cabo Verde, São Tomé e Príncipe, Timor Leste). Apesar da incorporação de vocábulos nativos e de modificações gramaticais e de pronúncias próprias de cada país, as línguas mantêm uma unidade com o português de Portugal.
O português também é falado em pequenas comunidades, reflexão de povoamentos portugueses datados do século XVI, como é o caso de:
Zanzibar (na Tanzânia, costa oriental da África)
Macau (ex-possessão portuguesa encravada na China)
Goa, Diu, Damão (na Índia)
Malaca (na Malásia)
A Língua Portuguesa se faz presente em todos os continentes, observe:
América: O Brasil é o único país de língua portuguesa na América. Durante o período colonial, o português falado no Brasil foi influenciado pelas línguas indígenas, africanas e de imigrantes europeus. Isso explica as diferenças regionais na pronúncia e no vocabulário verificadas, por exemplo, no nordeste e no sul do país. Apesar disso, a língua conserva a uniformidade gramatical em todo o território.
Europa: O português é a língua oficial de Portugal. Em 1986, o país passa a integrar a Comunidade Económica Europeia (CEE) e a língua portuguesa é adoptada como um dos idiomas oficiais da organização. Existem falantes concentrados na França, Alemanha, Bélgica, em Luxemburgo e na Suécia, sendo a França o país com mais falantes.
Ásia: Entre os séculos XVI e XVIII, o português actuou como língua franca nos portos da Índia e sudeste da Ásia. Actualmente, a cidade de Goa, na Índia, é o único lugar do continente onde o português sobrevive na sua forma original. Entretanto, o idioma está sendo gradualmente substituído pelo inglês. Em Damão e Diu (Índia), Java (Indonésia), Macau (ex-território português), Sri Lanka e Malaca (Malásia) fala-se o crioulo, língua que conserva o vocabulário do português, mas a dota formas gramaticais diferentes.
Oceânia: O português é idioma oficial no Timor Leste. No entanto, a língua dominante no país é o tétum. Devido à recente ocupação indonésia, grande parte da população compreende o indonésio bahasa, apenas uma minoria compreende o português.
África: O português é a língua oficial de cinco países, sendo usado na administração, no ensino, na imprensa e nas relações internacionais. A língua convive com diversos dialectos crioulos.
Em Angola, 60% dos moradores falam o português como língua materna. Cerca de 40% da população fala dialectos crioulos como o bacongo, o quimbundo, o ovibundo e o chacue.
Em Cabo Verde, quase todos os habitantes falam o português e um dialecto crioulo, que mescla o português arcaico a línguas africanas. Há duas variedades desse dialecto, a de Barlavento e a de Sotavento.
Em Guiné-Bissau, 90% da população fala o dialecto crioulo ou dialectos africanos, enquanto apenas 10% utiliza o português.
Em Moçambique, somente 0,18% da população considera o português como língua oficial, embora seja falado por mais de 2 milhões de moçambicanos. A maioria dos habitantes usa línguas locais, principalmente as do grupo banto.
Nas ilhas de São Tomé e Príncipe, apenas 2,5% dos habitantes falam a língua portuguesa. A maioria utiliza dialectos locais, como o forro e o moncó
http://www.soportugues.com.br/secoes/portuguesMundo.php
Português brasileiro
Origem: Wikipédia, a enciclopédia livre.
Português brasileiro ou português do Brasil (abreviado como pt-BR) é o termo utilizado para classificar a variedade da língua portuguesa falada pelos mais de 190 milhões de brasileiros que vivem dentro e fora do Brasil. O enorme contingente populacional do Brasil, quando comparado com os demais países lusófonos, implica que o português brasileiro seja a variante do português mais falada, lida e escrita do mundo.
Devido à importância do Brasil no Mercosul e na UNASUL, esta variante vem sendo ensinada nos países da América do Sul ligados aos blocos (e é popular especialmente na Argentina e Uruguai), e nos Estados Unidos[carece de fontes]. Também há falantes de português brasileiro como língua materna nos países onde há grandes comunidades brasileiras, notadamente nos Estados Unidos, Paraguai, Japão e em diversos países da Europa.
De fato, trata-se da variante da língua portuguesa mais estudada no mundo, para aprendizado como segunda língua[carece de fontes]. A excepção a isso é a União Europeia, devido ao fato de Portugal pertencer ao bloco. No Japão, nos Estados Unidos, e, sobretudo, na América Latina, ensina-se a variante brasileira para estudantes estrangeiros da língua portuguesa [carece de fontes]. Até mesmo a FIFA (Associação das Federações Internacionais de Futebol) adoptou a variante brasileira da língua portuguesa em seu sítio oficial.
Antes da chegada de Pedro Álvares Cabral ao Brasil havia mais de mil línguas no território que coincide com o actual país [carece de fontes] faladas por indígenas americanos de diversas etnias. No decorrer de sua história, o português brasileiro incorporou empréstimos de termos não só das línguas indígenas americanas e africanas, mas também do francês, do castelhano, do italiano e do inglês.
Há várias diferenças entre o português europeu e o português brasileiro, especialmente no vocabulário, pronúncia e sintaxe, principalmente nas variedades vernáculas; nos textos formais as diferenças são bem menores. Vale ressaltar que dentro daquilo a que se convencionou chamar "português do Brasil" e "português europeu" há um grande número de variações regionais.
Outrossim, o estabelecimento do Acordo Ortográfico de 1990, já em vigor no Brasil desde 1 de Janeiro de 2009, visa a unificar a grafia das duas variantes da língua portuguesa, criando uma ortografia comum para língua portuguesa, dirimindo 98% das divergências ortográficas entre o português brasileiro e o português euro-africano e asiático.
Grosso modo, as diferenças entre a língua escrita formal de Portugal e do Brasil, são comparáveis às diferenças encontradas entre as normas cultas do inglês americano e inglês britânico.
Desde 1945, existem duas normas ortográficas para o português: uma em vigor no Brasil e outra nos restantes países lusófonos. A maior parte das diferenças diz respeito às consoantes "mudas", que foram eliminadas da escrita no Brasil. Por exemplo, as palavras ação e atual, que em Portugal são grafadas acção e actual, mas ditas como no PB.
Português europeu
Português brasileiro
acção
ação
baptismo
batismo
contacto
contato
direcção
direção
eléctrico
elétrico
óptimo
ótimo
Reflexão Pessoal
O facto de 250 milhões falarem português
As vantagens
O domínio da língua portuguesa deve ser visto como uma “vantagem comparativa” num mundo onde o inglês se tornou uma espécie de exigência básica
A língua portuguesa é pátria de várias pátrias. A afirmação tem tudo menos de retórico. Basta circularmos, basta ir ao encontro de quem fala português, dos países irmãos e das comunidades que têm o português como língua, para percebermos que há uma pátria plural, uma encruzilhada de afinidades electivas, que enriquece o que somos originalmente. E nessa pátria plural deve existir um patriotismo aberto, que desejamos livre dos saudosismos retrospectivos ou dos paternalismos inconsequentes. Na Europa, os portugueses recebem mil influências, de povos nómadas (nómadas para os irmãos portugueses) e conquistadores, que por aqui foram passando. Depois, no encontro com outras gentes e outros territórios, tornamos essa mistura mais intensa e complexa.Quanto mais se falar português mais mercados se abrem porque assim as empresas têm milhões de consumidores que podem comprar produtos “que falam português”, ou seja, que se enquadram no seu domínio cultural. Basta pensar em livros, programas de computador, jornais e mesmo em produtos alimentares.
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