A história de um imigrante na Suíça
Saí de Portugal nos fins dos anos 70, porque em Portugal não se ganhava dinheiro para nada e eu queria comprar uma casa. Foi esse o motivo da minha saída de Portugal. Desloquei-me para a Suíça, fiz a viagem de carro e levei três dias a fazer a viagem, o que é bastante cansativo.
Em primeiro lugar custou-me bastante a adaptação à temperatura porque não estava habituado a temperaturas tão baixas (perto dos 40º negativos); depois a questão da língua pois estava no cantão alemão e a fala era muito difícil, mas com a ajuda dos portugueses que lá estavam fui aprendendo a falar e a escrever também.
Tive a sorte de ficar a trabalhar num hotel nas montanhas dos Alpes suíços, onde se trabalhava 12 horas por dia e só um dia de descanso, mas a trabalhar no hotel sempre se dava para pôr algum dinheiro de parte porque apenas tinha de comprar a comida para o dia de folga e muitas vezes o patrão do hotel mandava comida aos nossos quartos. Estive neste hotel perto de 3 anos como lavador de loiça, ajudante de cozinha e a fazer manutenção aos quartos. Mais tarde tive que sair porque não aguentava o frio mas fiquei com muita pena de sair.
Depois fui para uma fábrica de vidros duplos, onde estive 5 anos. Como era mais perto de Genebra o clima era um pouco mais quente dentro do que é o clima habitual da suíça. O motivo da minha saída dessa fábrica foi a desavença com um encarregado que queria que eu trabalhasse para além das 10 horas que fazia por dia e eu considerei que não tinha que fazer mais. Fui depois para um hotel em genebra onde só trabalhava 8 horas por dia e tinha 2 dias de descanso, onde era ajudante de cozinha. Estive neste hotel perto de 4 anos e como já tinha o que queria voltei para Portugal.
Apesar de ter sido uma vida de luta valeu a pena porque em 12 anos que estive na suíça comprei uma casa em Portugal, tenho pensão por invalidez de eles me deram e ainda trouxe dinheiro para montar a minha oficina. Aquilo tinha regalias que em mais nenhum país se pode ter.
Quando comprei a casa pedi dinheiro emprestado a um banco local. Eles apenas perguntaram a quantia, que indiquei, e passados dois dias já tinha o dinheiro à minha disposição e para pagar o que pedi demorei apenas perto de 5 anos a pagar e eles ainda me disseram se não queria fazer outro empréstimo.
Sempre fui uma pessoa simples, sem grandes objectivos de vida, sempre pronto a ajudar o próximo, ainda hoje sou assim, mas fez com que eu conseguisse ter uma forma de comparação entre a política aplicada naquele pais e a política do meu país. Passei a perceber que podia ouvir as reclamações das pessoas pelas condições de trabalho e de vida do meu país e as condições que eu tinha num país diferente, pois fez-me perceber que só com muito trabalho é que se consegue alguma coisa na vida. Posso dizer que trabalhei muito, fiz muitos sacrifícios, privei-me de muita coisa mas valeu o esforço, hoje levo a minha vida em paz. Em Portugal sempre se auferiu de vencimentos baixos, assim resolvi o meu problema e o da família em meia dúzia de anos e sei que posso andar descansado.
Saí de Portugal nos fins dos anos 70, porque em Portugal não se ganhava dinheiro para nada e eu queria comprar uma casa. Foi esse o motivo da minha saída de Portugal. Desloquei-me para a Suíça, fiz a viagem de carro e levei três dias a fazer a viagem, o que é bastante cansativo.
Em primeiro lugar custou-me bastante a adaptação à temperatura porque não estava habituado a temperaturas tão baixas (perto dos 40º negativos); depois a questão da língua pois estava no cantão alemão e a fala era muito difícil, mas com a ajuda dos portugueses que lá estavam fui aprendendo a falar e a escrever também.
Tive a sorte de ficar a trabalhar num hotel nas montanhas dos Alpes suíços, onde se trabalhava 12 horas por dia e só um dia de descanso, mas a trabalhar no hotel sempre se dava para pôr algum dinheiro de parte porque apenas tinha de comprar a comida para o dia de folga e muitas vezes o patrão do hotel mandava comida aos nossos quartos. Estive neste hotel perto de 3 anos como lavador de loiça, ajudante de cozinha e a fazer manutenção aos quartos. Mais tarde tive que sair porque não aguentava o frio mas fiquei com muita pena de sair.
Depois fui para uma fábrica de vidros duplos, onde estive 5 anos. Como era mais perto de Genebra o clima era um pouco mais quente dentro do que é o clima habitual da suíça. O motivo da minha saída dessa fábrica foi a desavença com um encarregado que queria que eu trabalhasse para além das 10 horas que fazia por dia e eu considerei que não tinha que fazer mais. Fui depois para um hotel em genebra onde só trabalhava 8 horas por dia e tinha 2 dias de descanso, onde era ajudante de cozinha. Estive neste hotel perto de 4 anos e como já tinha o que queria voltei para Portugal.
Apesar de ter sido uma vida de luta valeu a pena porque em 12 anos que estive na suíça comprei uma casa em Portugal, tenho pensão por invalidez de eles me deram e ainda trouxe dinheiro para montar a minha oficina. Aquilo tinha regalias que em mais nenhum país se pode ter.
Quando comprei a casa pedi dinheiro emprestado a um banco local. Eles apenas perguntaram a quantia, que indiquei, e passados dois dias já tinha o dinheiro à minha disposição e para pagar o que pedi demorei apenas perto de 5 anos a pagar e eles ainda me disseram se não queria fazer outro empréstimo.
Sempre fui uma pessoa simples, sem grandes objectivos de vida, sempre pronto a ajudar o próximo, ainda hoje sou assim, mas fez com que eu conseguisse ter uma forma de comparação entre a política aplicada naquele pais e a política do meu país. Passei a perceber que podia ouvir as reclamações das pessoas pelas condições de trabalho e de vida do meu país e as condições que eu tinha num país diferente, pois fez-me perceber que só com muito trabalho é que se consegue alguma coisa na vida. Posso dizer que trabalhei muito, fiz muitos sacrifícios, privei-me de muita coisa mas valeu o esforço, hoje levo a minha vida em paz. Em Portugal sempre se auferiu de vencimentos baixos, assim resolvi o meu problema e o da família em meia dúzia de anos e sei que posso andar descansado.
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